Renato Lopes, 31 anos, actor do Grupo Teatral Craq’Otchod
conta ao NN como o Teatro lhe salvou a vida. O entrevistado que residia na zona
de Rª de Craquinha entra no mundo da encenação por coincidência. Esta
coincidência fez do Renato um dos actores do Grupo Craq’Otchod distinguindo-o
pelo trabalho que tem realizado a nível da interpretação e criatividade e foi
vencedor do Prémio de Mérito Teatral 2013.
Renato ingressa no Teatro de pára-quedas, objecto este que
protege do impacto na aterragem. Para Renato, serviu de protecção contra os
maus caminhos que a vida oferece. “Estava desempregado e todos os dias tinha o
hábito de me sentar nas ruas de Rª de Craquinha e, algumas vezes, consumia
álcool para passar o tempo que teimava em ser o meu pior inimigo”. O jovem
actor diz que na tentativa de ocupar o seu tempo livre, por acaso foi à porta
do Centro de Protagonismo Juvenil da Ribeira de Craquinha, espaço onde os
grupos de Teatro ensaiam e preparam as suas apresentações e foi perturbar um
ensaio teatral. Foi assim que o encenador do Grupo Teatral Novos Amigos o
convidou a entrar, grupo no qual iniciou a sua carreira de actor. A partir
deste convite, Renato refere que “apaixonei-me pelo Teatro que me salvou do
desespero de não fazer nada durante o dia”.
Desta forma, Renato continuou apaixonado pelo Teatro e fez uma
formação de 2 anos com as formadoras italianas, Verónica e Martina. Desta
formação surgiu o Grupo Craq`Otxod, onde começou a ter uma maior participação
no Teatro, transformando-se a paixão de Renato em amor; a partir de então “tive
a certeza que queria ser actor de Teatro.” Para consolidar o seu amor e
continuar na luta árdua que o mundo da encenação exige, resolveu inscrever-se
no 14º curso de iniciação teatral do Centro Cultural Português instituto
Camões, onde está a frequentar o 2º ano.
Renato diz que “um dos meus objectivos é realizar workshops, dar
formação logo que me sentir preparado e chamar a atenção para os que podem ser
salvos pelo Teatro” e, assim, dá a cara fora dos palcos para que jovens e
adultos possam ver que existem formas de passar o tempo com o Teatro que poderá
transformar-se na razão de viver. Acrescenta que “o Teatro é uma terapia para
mim” e quero convidar as pessoas a usufruir dessa terapia, seja como actor ou
como espectador.