segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Frei Silvino ajuda grupos rivais a chegarem à paz


Atitude que contrasta com a daqueles que acham que a violência urbana é apenas um problema da polícia: de mais polícias, mais balas, mais manduque, mais presos, mais ou menos feridos ou menos ou mais mortes. Não é. Se fosse não existiria violência urbana. A polícia já tinha resolvido o problema.
O jogo de confraternização entre os grupos da Belavista e da Ilha de Madeira que seria realizado na Belavista foi adiado. Isto porque o Centro de Protagonismo Juvenil dirigido pelos freires capuchinhos, que contribui para o acordo de paz e amizade entre os grupos da Cova e Craquinha, aceitou mediar o entendimento entre as duas partes. E a primeira medida tomada foi adiar o jogo, isto por que de acordo com o Frei Silvino “ o acordo tem de ser discutido primeiro, e bem organizado. Temos de tratar da segurança de cada um primeiro e depois organizarmos o jogo entre eles. Será como organizamos o acordo entre Cova e BBH”.
Ainda acrescenta que “ não basta fazer um jogo e dizer que já estão em paz. Temos de ter alguns encontros primeiros e depois partiremos para um jogo e um convívio entre eles. Com feijoada e outras coisas se for necessário”. Defende que o processo não é simples, mas desde que as partes estejam disponíveis para acabar com os ataques e agressões é possível. E a prova do sucesso dessa receita é facto do acordo de amizade entre o BHH e Cova vigorar há mais de três meses e até hoje não houve mais violência entre esses dois grupos. Os elementos dos grupos da Ilha da Madeira e da Belavista aceitam a mediação “será melhor se for organizado por outras pessoas. Assim quando tudo estiver pronto ninguém vai desconfiar de nós. No próximo fim-de-semana vamos realizar o jogo, já falamos com o Frei Silvino que irá organizar tudo. Estamos prontos para mostrar a sociedade que nós merecemos o seu respeito e pelo menos um voto de confiança”.
O Centro de Protagonismo Juvenil dirigido pelos Irmãos Capuchinhos tem dito um papel muito apreciado sobre os grupos em conflito na ilha de São Vicente. Quando toda a gente defende que o problema para o fim dos gangs no Mindelo passa exclusivamente pela repressão. Os freires capuchinhos não têm virado a cara para ajudar a acabar com violência entre grupos na periferia de São Vicente. Essa é uma atitude verdadeiramente cristã. Afinal quem mandou fazer o bem sem olhar quem? Afinal quem disse quem “ estive preso e não me foste visitar”. Atitude que contrasta com a daqueles que acham que a violência urbana é apenas um problema da polícia: de mais polícias, mais balas, mais manduque, mais presos, mais ou menos feridos ou menos ou mais mortes. Não é. Se fosse não existira violência urbana. A polícia já tinha resolvido o problema. Por isso a população saúda a intervenção da Igreja Católica via centro de Protagonismo Juvenil num conflito que já fez três mortes e dezenas de feridos. E por esta atitude não ouvirá dizer “ estive preso e não me foste visitar”.
Fonte: Jornal Noticias do Norte (www.noticiasdonorte.com)
29 de Agosto 2011

Sem comentários: